sexta-feira, 20 de março de 2009

O BdT e a Mó de Vida convidam a participar




A convite da Cooperativa de Comércio Justo Mó de Vida e da Rede Internacional Espaço por um Comércio Justo estará em Portugal, entre os dias 23 e 30 de Março, o Professor Euclides André Mance da Universidade Federal do Paraná (Brasil).



O Professor Mance é um dos expoentes máximos no estudo, implementação e desenvolvimento de iniciativas de Economia Solidária no Brasil, em particular, e na América Latina em geral.

Tem desenvolvido importantes trabalhos sobre as Redes de Colaboração Solidária como possíveis alternativas económicas para a construção de sociedades pós-capitalistas, aplicando à economia os princípios da teoria da complexidade. Nesta perspectiva inscrevem-se os livros A Revolução das Redes (1999), Redes de Colaboração Solidária (2002), Como Organizar Redes Solidárias (2003), Fome Zero e Economia Solidária (2004) e Constelação Solidarius (2008). Convidado, em 2003, a colaborar no Programa Fome Zero, no primeiro governo do presidente Lula, Mance actuou como consultor contratado pela Unesco (2004) e FAO (2005-2006) em projetos de desenvolvimento local.

A noção de Economia Solidária está associada a acções de consumo, comercialização, produção e serviços em que se defende, em graus variados, entre outros aspectos, a participação colectiva, autogestão, democracia, igualitarismo, cooperação e intercooperação, auto-sustentação, a promoção do desenvolvimento humano e a preservação do equilíbrio dos ecossistemas.

A colaboração solidária entre milhares de redes e organizações solidárias, que se vem multiplicando nos campos da economia, política e cultura, com o objectivo de assegurar as liberdades públicas e pessoais, pode vir a converter-se numa alternativa pós-capitalista à crise da actual globalização, fazendo surgir uma nova esfera de contrato social, o sector público não-estatal.

Os sectores da sociedade civil planetária, compostos por segmentos oprimidos, explorados, expropriados, dominados e excluídos, bem como por todos/as aqueles/as que lhes são solidários, passaram a organizar-se internacionalmente, tanto na resistência às diversas formas de opressão quanto na proposição e realização de alternativas. Estas alternativas podem superar a lógica capitalista de concentração de riquezas e exclusão social, de destruição dos ecossistemas e de exploração dos seres humanos, afirmando a construção de novas relações sociais, económicas, políticas e culturais, dando origem a uma nova civilização multicultural, que deseja a liberdade de cada pessoa respeitando a sua valiosa diferença.

Entre estas práticas inclui-se: a Autogestão de Empresas pelos Trabalhadores, Comércio Justo e Solidário, Agricultura Ecológica, Consumo Crítico, Consumo Solidário, Sistemas Locais de Emprego e Comércio (LETS), Sistemas Locais de Troca (SEL), Sistemas Comunitários de Intercâmbio (SEC), Redes de Trocas, Economia de Comunhão, Sistemas de Micro-Crédito e de Crédito Recíproco, Bancos do Povo, Bancos Éticos, Grupos de Compras Solidárias, Movimentos de Boicote, Sistemas Locais de Moedas Sociais, Cooperativismo e Associativismo Popular, difusão de Softwares Livres, entre muitas outras práticas de economia solidária.



O Professor Mance participará em diversas iniciativas em Almada, Porto, Coimbra, Lisboa e Seixal.



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